segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Mudança

Agora vai!

Estou mudando o blog para o wordpress.
Amigos meus que entendem do riscado virtual dizem que lá é melhor, pois os comentários podem ser postados mais livremente.
É isso. Assim que eu tiver o endereço do novo blog, postarei aqui pra vcs.

Ah, sim! Tentarei ser mais disciplinado no novo blog.
:-)

terça-feira, 17 de junho de 2008

Saúde é o que interessa.


Conto encomendado por Thiago de Góes para uma antologia organizada por ele: 80 contos sobre os anos 80.

Os Estados Unidos são muito melhores. Eles tão ganhando essa guerra fria de capote. Os soviéticos estão até desistindo da briga. Nas Olimpíadas de Seul, só deu Estados Unidos. Uma coisa de louco. Os atletas americanos são muito saudáveis. Aqui na cidade tava todo mundo querendo comer o que os americanos comem. Começou a abrir em tudo que é canto lanchonetes especializadas em comida americana. Todo mundo na onda de querer ser igual a eles, ficar parrudo, forte, saudável. Pra isso, tinha que comer muito sanduíche. Ou sandwich que é como se diz no original. Ah, e não é pra ficar no seco não, senão morre tudo entalado sem conseguir virar americano. tem que comer com muito soft-drink que é como se diz na América. Soft-drink em português é Coca-cola.

O danado é que o povo começou a comer feito americano (sanduíches, pizzas, refrigerantes, milk-shakes) e em vez de ficarem saudáveis foram é engordando sem parar. Ninguém entendia porque não estavam ficando parecidos com o Stallone e sim com o Senhor Barriga do Chaves, se a dieta estava sendo a base de americanidades e não de nachos, buritos e tacos. Será que era o nosso sangue latino falando mais forte?

A cidade inteira ficou muitíssimas arrobas mais encorpada e a obesidade passou a ser problema de saúde pública. Foi aí que o prefeito resolveu tomar uma atitude. Todos os cidadãos teriam que fazer exercício obrigatoriamente. É que a única solução para o problema seria criar e fazer cumprir regras de conduta rígidas. Que nem no primeiro mundo, que nem nos Estados Unidos. Só podia ser por isso que os americanos comiam aquele monte de comida gordurosa e continuavam patolas de barriguinhas tanquinho, prontos pra pinotar de um lado pro outro que nem o Indiana Jones. As leis na América eram severas. Dava pra ver isso nos filmes.

Mas como é que iam fiscalizar se uma população inteira estaria cumprindo uma lei tão inusitada. Certamente a mentalidade terceiro-mundista imperaria e as pessoas encontrariam formas de driblar as determinações do jeito que os comerciantes faziam com os fiscais do Sarney.

A solução foi dada por um assessor mais esperto. Por que não obrigar todos os habitantes a praticar exercício enquanto realizassem uma atividade corriqueira do dia-a-dia? Todos tinham que locomover-se de um lugar a outro. Portanto, bastava obrigar que os cidadãos a se exercitarem enquanto estivessem indo ou vindo. Mas como? Simples: daquele dia em diante todos seriam obrigados a andarem de Pogobol dentro dos limites da cidade. Nada de perambular a pé por aí. A Prefeitura forneceria um Pogobol por habitante e a manutenção também seria gratuita através de postos de troca e reparos espalhados por todos os bairros.

Quem, por razões médicas ou de idade avançada, não pudesse usar o meio de transporte da onda, teria que se submeter a um exame comprobatório de inapetência. A lei é rígida e nasceu para ser cumprida. A Prefeitura abriu a licitação pública e a Estrela ganhou a concorrência, talvez porque tenha sido a única participante. Logo, a população inteira estava pulando de um lado pro outro de Pogobol. A Prefeitura estabeleceu um período de adaptação em que os habitante poderiam aprender a usar o veículo, inclusive com cursos disponibilizados em praças públicas.

No dia do lançamento da lei, o Paulo Cintura da Escolinha do Professor Raimundo veio para ser o garoto propaganda. O Prefeito, as autoridades presentes e a imprensa estavam exultantes com a novidade. As crianças da cidade também não se continham de tanta alegria. O objetivo era que a cidade perdesse centenas de toneladas já no primeiro mês. O início foi difícil. As quedas eram constantes e os postos de saúde ficaram abarrotados de pessoas com calos nos pés. Muitos gordinhos também estouraram os seus Pogobols e tiveram que recorrer aos postos de reparo. Foi uma loucura.

Hoje já está tudo normal. Faz um ano que as pessoas só andam de Pogobol e várias outras cidades vizinhas adotaram o mesmo sistema. A saúde da população melhorou bastante e os exercícios surtiram o efeito desejado. O prefeito virou candidato a governador e pretende implantar a lei em todo o Estado. Dizem que a Estrela está financiando sua campanha. O fato é que ele tem o meu total e irrestrito apoio. Um homem que fez o que fez pela nossa cidade só merece mesmo congratulations, viu? Agora, nossa cidade está muito mais perto do primeiro mundo. Nem parece aquela coisa sub-desenvolvida que era antes. Agora, aqui parece cidade americana, sabe? Esse negócio de implantar os Pogobols, vou te contar, viu? Foi um enorme salto de desenvolvimento.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Cantos das Cidades 4 - O lobisomem que mora ao lado (DF)


A banda brasiliense Bois de Gerião, na canção “Meu vizinho”, canta o seguinte trecho "Prazer em conhecê-lo, caro amigo. Moro ao seu lado. Divido paredes contigo." Como o Bois é uma das bandas que mais curto atualmente, decidi incluí-lo no livro Cantos das Cidades. Dessa forma, eu já tinha um ponto de partida para escrever um conto ambientado em Brasília.

Mas o que dizer nesse conto? Que história esse vizinho brasiliense poderia inspirar? A resposta estava num outro trecho da música em que a letra diz “Pois saiba que por trás de todo médico existe um monstro. Eu sei fingir muito bem e por isso não demonstro.” Era isso. Para criar um conto legal eu poderia falar de um vizinho que fosse um tanto estranho, monstruoso. E para fazer isso bastou olhar ao redor e lembrar que existe um cara muito estranho que mora perto de mim.

O nome dele é Fêfo e ele é... Bem, ele é um lobisomem. (sobe BG).

Agora fiquem com um trecho do conto “O lobisomem que mora ao lado”.


“... Nessas noites, ele se transforma em lobisomem e fica lá, sendo um lobisomem, fazendo exatamente aquilo que nós, que não somos lobisomens, não fazemos.

Ter um vizinho lobisomem não é tão estranho quanto parece e até que não incomoda muito. Estranho mesmo seria ter um vizinho trompetista da marinha que ficasse lá soprando o instrumento dia após dia para nossa eterna agonia. Ainda mais se esse vizinho fosse fã incondicional de “Casablanca” e insistisse em repetir incessantemente “As time goes by” e mais ainda se a outra música que ele soubesse tocar fosse a da 7ª cavalaria e todas as manhãs você fosse despertado em meio a um susto danado com a sensação de um iminente ataque de índios americanos. Nessas horas, garanto, você preferiria ter alguém uivando na casa ao lado. ...”

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Texto Silencioso (Enjoy the silence 3)

Publicado na Diginet
www.diginet.com.br

A coluna de hoje é em homenagem a todos aqueles que sabem dar valor ao silêncio, que percebem quando calar é melhor que falar, que enxergam a expressividade dos olhares, a grandeza dos gestos, que não caem na fácil armadilha verborrágica, que conseguem a proeza de bastar-se por instantes que seja.

Hoje quero direcionar a luz para essas abnegadas almas, humildes em sua renúncia por atenção alheia, generosas em nos permitir contemplar o mundo sem maiores ruídos, sem a obrigação de ouvir o que não queremos, o que não pedimos, o que não precisamos.

Um texto dedicado aos tímidos, aos intimistas, aos introspectivos. Aos seres evoluídos que não se deixam trair pelo vazio das palavras soltas, desconexas. Homens e mulheres que só se manifestam quando têm algo de edificante a ser dito, algo que acrescente ao mundo e aos outros.

Quero chamar a atenção e apontar os poucos privilegiados na multidão de falastrões que nossa sociedade narcísea e carente produziu. Vou dar meus parabéns a todos os não adeptos do auto-elogio deliberado, à crítica cáustica e gratuita. Expressarei meu muito obrigado aos que nunca me perguntaram quais são as novas ou comentaram como está o clima. Nós, os silenciosos, não gostamos de meteorologistas de elevador e nem de saber se fulana está mais gorda. Acredite: isso não vai mudar nada.

Eu quero produzir uma ode ao inaudível, à harmonia presente na ausência de sons, aos últimos pacifistas, aqueles que realmente deixam os outros em paz.

É que palavras erradas, verbalizadas em momento impróprio podem ferir, quebrar o precioso silêncio de nosso pequeno mundo de paz. Palavras são imperfeitas e desnecessárias frente a sentimentos tão intensos.

Este texto é para todos aqueles que sorriem em silêncio.

Enjoy the silence 2



Um cover do Depeche Mode feito pelo Keane.
Enjoy. :-)

Enjoy the silence

Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Cant you understand
Oh my little girl

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm

Vows are spoken
To be broken
Feelings are intense
Words are trivial
Pleasures remain
So does the pain
Words are meaningless
And forgettable

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm

Enjoy the silence

Enjoy the silence.

Há pouquíssimas coisas tão valiosas para mim quanto o silêncio. Aproveitar o momento de ausência de ruídos, saber calar quando necessário, curtir a solidão edificante que permite a reflexão, ler, escrever, ouvir, crescer, evoluir. Tudo isso é melhor praticado por quem sabe o real valor que o silêncio tem.

Hoje eu acordei com vontade de escrever sobre o silêncio e é possível que minha coluna da Digi seja a esse respeito.

Para ilustrar esse post, um comercial da Sony Ericsson que utiliza a música "Enjoy the silence" do Depeche Mode. Um dos comerciais mais legais que vi esse ano. Conheci o vídeo através do Brainstorm 9 (www.brainstorm9.com.br) e alguns acreditam que ele seja meio pra baixo ou que glamourize o isolamento social, mas não acho que seja o caso. Quem sabe valorizar devidamente o silêncio sabe do que a que o filme se refere. O arremate do reclame é sensacional: "A mais descompromissada experiência musical."


terça-feira, 13 de maio de 2008

PodSEX MTV - As mulheres falando de sexo



O que será que as mulheres falam sobre os homens quando estão sozinhas? Será que elas comentam sobre os tamanhos dos paus, nosso desempenho? Será que elas nos compram com outros caras e contam pras amigas como foi a noite anterior?

O site da MTV estreou essa semana um Podcast que esclaresce muita coisa. Capitaneado pela VJ Elisa Martinez, o arquivo traz 3 garotas conversando francamente sobre sexo, homens, paus e outros sub-temas relacionados.

O bate-papo traz algumas pérolas e expressões engraçadíssimas como o "pau-flecha", o queijo ricota acumulado nas "cabeças" e várias outras.

Quem quiser conferir, acesse o link http://mtv.uol.com.br/blogosfera/podcast/play/23331