Publicado na Diginet
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A coluna de hoje é em homenagem a todos aqueles que sabem dar valor ao silêncio, que percebem quando calar é melhor que falar, que enxergam a expressividade dos olhares, a grandeza dos gestos, que não caem na fácil armadilha verborrágica, que conseguem a proeza de bastar-se por instantes que seja.
Hoje quero direcionar a luz para essas abnegadas almas, humildes em sua renúncia por atenção alheia, generosas em nos permitir contemplar o mundo sem maiores ruídos, sem a obrigação de ouvir o que não queremos, o que não pedimos, o que não precisamos.
Um texto dedicado aos tímidos, aos intimistas, aos introspectivos. Aos seres evoluídos que não se deixam trair pelo vazio das palavras soltas, desconexas. Homens e mulheres que só se manifestam quando têm algo de edificante a ser dito, algo que acrescente ao mundo e aos outros.
Quero chamar a atenção e apontar os poucos privilegiados na multidão de falastrões que nossa sociedade narcísea e carente produziu. Vou dar meus parabéns a todos os não adeptos do auto-elogio deliberado, à crítica cáustica e gratuita. Expressarei meu muito obrigado aos que nunca me perguntaram quais são as novas ou comentaram como está o clima. Nós, os silenciosos, não gostamos de meteorologistas de elevador e nem de saber se fulana está mais gorda. Acredite: isso não vai mudar nada.
Eu quero produzir uma ode ao inaudível, à harmonia presente na ausência de sons, aos últimos pacifistas, aqueles que realmente deixam os outros em paz.
É que palavras erradas, verbalizadas em momento impróprio podem ferir, quebrar o precioso silêncio de nosso pequeno mundo de paz. Palavras são imperfeitas e desnecessárias frente a sentimentos tão intensos.
Este texto é para todos aqueles que sorriem em silêncio.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
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